O linfedema é uma das complicações mais temidas após cirurgias oncológicas. Seu aparecimento é multifatorial, ou seja depende de uma série de fatores para ocorrer:
Retirada de linfonodos em diversos níveis
Radioterapia em cadeia linfonodal
Administração de quimioterápico de forma periférica do mesmo lado da lesão
Idade mais avançada
Maior peso corporal
Entre outros
Apesar de todo este temor, é uma complicação que é classificada como benigna na maioria dos casos e que tem tratamento. O principal tratamento faz-se por meio da terapia física complexa (Linfoterapia), que envolve:
drenagem linfática manual,
terapia compressiva (enfaixamentos, wraps)
prescrição de compressão elástica (meias e braçadeiras),
exercícios
cuidados com a pele.
Contudo existem outros dois tipos de linfedemas que não são classificados como benignos. São os chamados linfedemas neoplásicos e os linfedemas malignos.
As características desses últimos são bastantes semelhantes entre si, mas o anatomopatológico varia, entre carcinoma e sarcoma, respectivamente.
São linfedemas de início rápido, com dor difusa, que apresentam invasão tumoral e compressão de raiz nervosa, a pele apresenta-se mais cianótica ou avermelhada, com temperatura alterada, com linfonodos palpáveis e em alguns casos com presença de circulação colateral e úlcera carcinogênica. Diminuição de amplitude de movimentos e força muscular além de alterações posturais também podem estar presentes.
Linfedema Neoplásico
Linfedema Maligno
Originado pela compressão tumoral sobre o sistema linfático, por infiltração do tumor em vasos linfáticos ou linfonodos
Originado pela cronicidade do linfedema e inflamação crônica.
Carcinoma comprime ou invade as estruturas linfáticas
Sarcoma de endotélio vascular linfático ou linfangiossarcoma ou Síndrome de Stewart-Treves
Como tudo na fisioterapia, uma boa avaliação e diferenciação de cada tipo de linfedema é essencial para traçar o melhor tratamento.
Nos casos de linfedema neoplásico e maligno, tratamentos quimioterápicos geralmente serão administrados concomitantes e cabe ao fisioterapeuta especialista em oncologia a busca por maior independência, funcionalidade, qualidade na sobrevida e conforto. Além da Linfoterapia, outros tratamentos alternativos podem auxiliar, como a acupuntura, terapia manual, uso de tipoias, entre outros. A abordagem será selecionada ou alterada conforme a melhor resposta do paciente.
Atenção: É permita a reprodução deste artigo desde que citada a fonte.
Autor: Dra Patrícia Vieira Guedes Figueira
Fisioterapeuta especialista em Oncologia
Crefito 3/33134-F