Reconstruções mamárias
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Reconstruções mamárias: papel da fisioterapia

A reconstrução mamária visa melhorar a autoestima da mulher que foi submetida à mastectomia, além de evitar alterações posturais devido à falta da mama. A reconstrução pode ser feita através de retalhos musculares retirados da região dorsal ou abdominal, além do uso de próteses expansoras temporárias ou definitivas ou próteses de silicone.

A fisioterapia deve atuar na prevenção, redução e regressão das complicações cirúrgicas. O ideal é iniciar na fase pré-operatória, pois a avaliação visa conhecer as alterações pré-existentes e identificar possíveis fatores de riscos para complicações pós-operatórias. Na fase pós-cirúrgica, o objetivo é tratar as seguintes complicações: dor, edema, seroma, deiscência, aderência ou retração cicatricial, fibrose, alteração da sensibilidade, prótese alta, restrição de amplitude de movimento (ADM) do ombro, síndrome da rede axilar e hematoma.

A drenagem linfática manual reduz o edema, proporcionando mais oxigenação aos tecidos e consequente melhora da cicatrização. Já a fibrose tecidual, síndrome da rede axilar e retração cicatricial devem ser tratadas com terapia manual através de manobras lentas e suaves. Ao tratar a fibrose, ocorre o  realinhamento de fibras de colágeno que proporcionam melhora da drenagem linfática e da dor. A liberação tecidual ajuda a prevenir a deiscência por diminuir a tensão na cicatriz.

O linfotaping® (aplicação de kinesiotape baseado na anatomia do sistema linfático) é uma excelente técnica para o tratamento do edema pós-operatório e deve ser utilizada como um complemento das técnicas manuais. Também facilita a liberação miofascial e aumenta a reabsorção de tecidos subjacentes. A fita ajuda a mover os fluídos das áreas de maior pressão para áreas de menor pressão, podendo ser utilizada para tratar seroma, hematoma, retração cicatricial, fibrose, prótese alta e síndrome da rede axilar.

A alteração da sensibilidade é tratada através do estímulo de materiais de diferentes texturas, já a restrição de ADM necessita de manobras de liberação  miofascial e cinesioterapia. É importante ressaltar que a liberação do movimento do ombro acima de 90° depende de autorização médica, devido o risco de deslocamento da prótese.

Não há evidência científica que a mobilização da prótese evite contratura capsular, porém o estímulo mecânico auxilia na melhora do posicionamento, na aceitação  e conscientização da prótese e na alteração de sensibilidade.

O tratamento das complicações deve ser realizado por um fisioterapeuta especialista, a fim de proporcionar uma resolução mais rápida e eficaz.

 

Atenção: É permita a reprodução deste artigo desde que citada a fonte.
Autor: Dra. Larissa Louise Campanholi
CREFITO 8 – 99710-F
Especialista em Fisioterapia em Oncologia (ABFO)
Mestre e doutora em Oncologia (A.C. Camargo Cancer Center)
Fisioterapeuta no Instituto Sul Paranaense de Oncologia (ISPON)
Docente da disciplina de Fisioterapia em Oncologia no Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (CESCAGE).
Diretora Científica da Associação Brasileira de Fisioterapia em Oncologia (ABFO).
Atenção: Permito a reprodução dos artigos desde que citada a fonte.

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